25 de outubro de 2011

O “vermelho” quase não se nota, mas existe

O meu sítio e o meu concelho, em termos políticos, é maioritariamente “laranja”, um pouco “rosa”, uma pitada de “azul”, e o “vermelho” quase não se nota, mas existe.
Perante este cenário, as grandes acções partidárias, obviamente têm o peso que a força da simpatia lhes confere, sobretudo nos comícios (e “bebícios”!) em tempo de eleições, sejam elas quais forem. Fora isso, raramente os partidos políticos vêm para a rua falar às massas; as excepções, quando existem, quase nunca são consideradas relevantes.
Este tempo de múltiplas crises é o “campo de batalha” para, pelo menos, um partido não deixar esmorecer os seus princípios filosóficos; alguns dos seus destacados militantes desdobravam-se em sessões de esclarecimento, assiste quem quer, com ou sem aplausos, mas por maior que seja a distracção de quem se faz presente, há sempre uma frase do orador, uma ideia, talvez um argumento a reter...
O Partido Comunista Português é o exemplo puro do que ficou dito mais atrás…
Depois de largos anos de ausência das festas políticas que não sejam bastante “rosa”, este fim de semana, no sábado, durante o almoço do aniversário de uma instituição social e cultural, usou da palavra o ex candidato às últimas eleições presidenciais e deputado com assento na Assembleia da República, Francisco Lopes. Sendo natural “daqui perto”, de Vinhó, a sua presença foi entendida como ilustre, e não teve qualquer cariz político, embora a situação do país estivesse presente no discurso, como era esperado. Francisco Lopes “entregou a carta a Garcia” sem ser “chato” com as palavras acertadas, foi atentamente escutado e recebeu palmas.
Domingo, agora no meu sítio, durante a tarde, com a chuva por perto, durante um convívio no “parque de merendas” o deputado Bernardino Soares, líder de bancada do PCP, foi brilhante na sua intervenção, objectivamente partidária - todos sabíamos ao que íamos e daí não “veio mal ao mundo”, bem pelo contrário…
O convívio merendeiro, seguido de um magusto, juntou largas dezenas de pessoas com “alma de poeta”, isto é: creio que os seguidores do PCP, sobretudo os mais velhos na militância, continuam fiéis às ideias do antigo e carismático líder que foi Álvaro Cunhal…
Os tempos mudaram (ou não?...), mas como tenho um fraquinho pela melodia do refrão do hino “Avante Camarada”, entrei no coro…

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