26 de novembro de 2005

Ao Presidente da República do futuro

Excelência:
Sei que V.Exª sabe que eu sei alguma coisa de finanças. E de Economia também sei.Se não soubesse, imagine como poderia governar o meu sítio, a minha casa, já que os negócios estão em crise, há sempre coisas para pagar, ennfim, V.Exª. sabe como é.... mas se não sabe, devia saber, porque eu sei quanto custa estar vivo; por vezes falta-me a vontade de sorrir, mas pronto, tento, com a ajuda da rosa que é margarida, ou da "anja" que me visita, lá para o fim da tarde, e da ritocas que é chata que se farta, mas enfim... O dinheiro é pouco, como V.Exª. imagina ( ou sabe...), portanto faço das "tripas coração" e penso, invento, pesquiso - torno-me num verdadeiro e autêntico "Einstein", quiçá merecedor de uma comenda um dia destes, se V.Exª. estiver atento ao meu esforço para continuar... com alguma qualidade de pensamento!
Assim sendo, desejo partilhar ideia luminosa (sem intenção de pressionar V.Exª., é bom de ver; V.Exª não é pressionável...) que, eventualmente, pode resolver as graves questões económicas e financeiras do nosso País.
Como V.Exª. sabe, o meu presidente de Junta diz coisas - está sempre a dizer coisas, aliás - e ele disse que em "casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". E se ele o disse, é porque é verdade, ainda que desconheça se na sua casa (dele) há pão com fartura, ralhos, razão - isso tudo, senhor Presidente. Então, pensei: se tivessemos um novo Sebastião (com ou sem dom, não é importante para a ideia) capaz de comandar as nossas tropas, iamos todos por aí fora, atravessávamos fronteiras, e caíamos em cima dos espanhóis sem eles darem conta, dada a "visita" ser inesperada! A vitória era mais do que certa, creia.Depois, era simples: anexavamos Olivença e o resto, cortavamos o arame farpado da herdade do sr. Zapatero, aquilo ficava só uma nação, V.Exª. passava a presidente de um país um pouco maior ( ou rei, talvez...), e pronto - acabavam-se os nossos problemas!
V.Exª sabe, e eu também sei, que por lá sempre se ganha mais um bocadito, o que significa que há pão; e se há pão, ninguém ralha - todos têm razão! E há touradas com fartura, flamengo, a ETA, que também diz ter razão, etc. etc.
Bem, com aquela gente que anda sempre com bombas que fazem "pummm!" e matam pessoas, era mais complicada a conversa, mas sempre podiamos argumentar com a experiência dos Filipes por cá, durante uma temporada bem larga, agora seria a nossa vez de mandar, etc e tal...
A minha ideia não inclui derramamento de sangue, tiros, nada disso: iamos de diálogo em diálogo até à vitória final.
Há, porém, uma cláusula a ser cumprida por ambas as partes: V.Exª seria o presidente, mas a bela da princesa Letizia seria rainha - é a minha preferida, como V.Exª sabe, e só por ela, agora, não me importava de ser "espanhol"... sempre ia ao "beija mão"!
Mas como me orgulho de ser portuga, a ideia que lhe deixo tem (também) a finalidade de fazer da bela senhora uma cidadã nacional.
Se V.Exª tiver a ousadia e a coragem de D. Sebastião, conte comigo, serei seu fiel escudeiro! Mas cuidado: anda por lá um desconhecido que dá pelo nome de Miguel de Cervantes, conta estórias , e escreveu um livro enorme, que ninguém lê, sobre outro sebastião a quem chamou Dom Quixote - não vá ele querer os meus serviços e fazer de mim o seu Sancha Pança...

1 comentário:

  1. Um excelente texto, como só o RiTuAL faz e já nos habituou.
    Gostei muito, de uma forma muito "engraçada" diz as coisas.
    um outro olhar

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